quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Maré vazia, maré enchendo...
Sentei à beira-do-não-mar,a maré estava vazia.
Havia apenas lama ao alcance dos pés, água e sal acenavam seu brilho à distância.
A garganta estava amarrada com nós de mágoas, caminhei até ali para chorar e chorei.
Chorei, chorei, chorei...E as lágrimas caíram onde deveria ter mar - do transbordar, ao cessar.
Num instante suspenso, ausente de sofrimento, percebi o vento aumentando, empurrando a maré de volta pra perto! E assim bem de pertinho, de pouquinho em pouquinho, vi a maré encher... Cobrindo a lama com seu brilho, novamente!
E foi tão lindo, foi um momento carinhoso, sorrindo pra mim...
Nem precisei ver até o fim, levantei e saí por aí, com a sensação do vento empurrando e de maré enchendo - lá fora e aqui dentro...
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