quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Veneno


Enquanto você fala, quase não ouço.

Perco-me em seus olhos confusos, aprisionados.
Assusto-me com o veneno escuro e viscoso de suas palavras,
transbordando de sua boca,
corroendo seus lábios,
escorrendo em sua pele,
precipitando de sua face.
Face distorcida pelos sentimentos amargurados...

Vejo esse veneno medonho alcançar o chão,
E espalhar-se por toda extensão
Vem em minha direção.

Quero correr,
Quero proteger meu coração.
Mas parece ser tarde, ele me pegou!
Começo a sentir ódio,
Agora também quero falar, quero vomitar,
Vomitar todo mal em cima de você.

Sinto o veneno transbordar em mim
Palavras saem como lanças
Meus lábios... Ardem.

Mas o sangue aqui dentro jorra violento contra as veias
Está lutando contra o veneno que quer tomar-lhe o lugar
E no seu louco pulsar, em desespero ele grita para mim:
- Não, não, não... Pare, pare!

E então... Eu o ouço.
Largo as pedras.Desmancho.
Abaixo a cabeça, aceito.

Fere, fere meu ego,
mas não meu coração!